A Minha Aquarela

sábado, 30 de julho de 2011

 

Sabe que chega uma hora em que nós cansamos, cansamos de tudo aquilo que nós mesmos inventamos.
Dos passeios, das pessoas, da musica e até dos filmes e livros, tudo o que se preza se torna um fardo. Inventar amor, inventar carinho, atenção, não é assim mais tão interessante. A sensação de vazio também é irritante, então nós sorrimos, sorrimos para que o movimento mecânico estimule o cérebro a "alegria". A parte mais triste do teatro é se apegar a alguem, pelo fato de ter medo de ser sozinho, o silêncio perturba, então nós buscamos encontrar alguem que nos compreenda, e mesmo que não compreenda, nós buscamos. Em meio a tudo isso, começa a ficar difícil separar as coisas, mas já é tão tarde, que a relutância de permanecer uma maquina é forte, e quando um dos parafusos sai do lugar e tudo desajusta, não sabemos mais o que pensar. Amor, carência ou medo Encanto, gracejo, obsessão, mania, sina, tanto faz todos eles remetem ao ponto, misturam-se, brincam qual aquarela, até viciar, e se tornar algo pastoso e sem vida.

Tudo isso pode ser apenas minha dor de cotovelo, saber que vou perder (o que não tenho) alguém que inexplicavelmente comecei a prezar em demasia, o encanto e tudo aquilo que já mencionei, uma maravilha que não é minha, se parece tanto com amor, com o amor que as pessoas tanto falam, que não sei bem o que pensar. Aquarela, pastosa e sem vida. Me aguarde jovem Werther, logo começo as minhas cartas, para quem ?

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