Pentagrama

domingo, 8 de novembro de 2009

 


Fortemente identificado com as correntes do neo-paganismo, especialmente com a Wicca e outras formas de bruxaria ligadas ao feminino sagrado, o pentagrama se popularizou rapidamente no meio dark/goth – mas, verdade seja dita, há poucos que têm uma idéia mais do que vaga sobre o simbolismo da famigerada estrelinha de cinco pontas.

A etimologia da palavra pentagrama remete ao grego pente (cinco) + gram (escrever), ou seja, designa qualquer figura composta pela associação de cinco linhas. A acepção moderna e neo-pagã considera o símbolo religioso. Mas vamos diferenciar PENTAGRAMA de PENTÁCULO: o primeiro se constitui apenas pela estrela de 5 pontas e o segundo, pela estrela rodeada por um círculo.

Há diferentes supostas origens e empregos do pentagrama por civilizações antigas. Entre os gregos, estava associada à deusa KORÉ – “donzela”, que seria o nome de Perséfone, filha de Demeter, antes de ser raptada por Hades e feita rainha do submundo. De acordo com essa tradição, o pentagrama estava associado à deusa através do seu fruto sagrado, a maçã, que, quando partido simetricamente ao meio (no sentido da linha do Equador), forma aquela figura de forma quase perfeita através do alinhamento das bordas e das sementes. Ainda na Grécia, é dito que a ordem dos discípulos de Pitágoras se identificava através do uso de pentagramas.

No Antigo Testamento, o pentagrama é referido como o primeiro e mais importante dos Sete Selos que guardariam os nomes secretos de Yahweh. Estava inscrito no anel de Salomão. Cada ponta do pentagrama era igualmente interpretada como se referindo a um dos cinco livros do Pentateuco. Entre os cristãos, a figura do pentagrama também estava ligada ao posicionamento das chagas de Cristo, bem como à estrela que conduzira os reis magos ao encontro do menino recém-nascido.

No Ciclo Arturiano, o sobrinho do rei Artur, sir Gawain, adota o pentagrama como figura emblemática em seu escudo, representando as cinco virtudes cavaleirescas: generosidade, cortesia, castidade, cavalaria e piedade.

Durante a Inquisição é que o pentagrama começa a ser efetivamente associado à figura da bruxa maléfica, através daquela figurinha conhecida de todos, o Baphomet: uma pentagrama invertido pode formar a figura da cabeça de um bode, que é um animal que aparece em várias tradições diferentes como ligado às forças maléfica e/ou como “bode expiatório” (daí a expressão) nos ritos de Ano Novo de cultos agrários.

Dentro das tradições neo-pagãs, há várias boas explicações para o uso do pentagrama:

ELEMENTOS: as 4 pontas laterais e inferiores do pentagrama representam cada um um dos elementos fundamentais e a ponta de cima é o éter, o equilíbrio de tudo.

EQUILÍBRIO CÓSMICO: um equilíbrio do masculino e do feminino, muito próximo à idéia que se tem também do Ankh Egípcio.

MORRIGAN: nas tradições que incorporam diretamente a vertente céltica, o pentagrama é associado à Deusa Morgan/Morrigan, deusa do Amor, da Guerra e da Morte (essas associações estranhas são bastante comuns nos povos antigos). Mas eu não tenho nenhuma fonte segura acerca dessa associação direta entre Morrigan e o pentagrama, então vamos deixar isso no ar, só como possibilidade, ok?

O princípio do pentagrama invertido é o de inverter o fluxo de energia do símbolo. No entanto, muitos "pseudo-satanistas de 12 anos" têm adotado este símbolo, tanto quanto a cruz invertida, como uma manifestação do que eles consideram satanismo. O que muito me estranha é adotaram um símbolo que foi, bem ou mal, criado pelo Tribunal do Santo Ofício, mas deixemos isso para lá. Devido à populariação da Wicca através de diversos meios, nem todos assim tão confiáveis, desenvolveu-se uma aversão generalizada a estes e outros tantos símbolos como “satânicos”.

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