Fortemente identificado com as correntes do neo-paganismo, especialmente com a Wicca e outras formas de bruxaria ligadas ao feminino sagrado, o pentagrama se popularizou rapidamente no meio dark/goth – mas, verdade seja dita, há poucos que têm uma idéia mais do que vaga sobre o simbolismo da famigerada estrelinha de cinco pontas.
A etimologia da palavra pentagrama remete ao grego pente (cinco) + gram (escrever), ou seja, designa qualquer figura composta pela associação de cinco linhas. A acepção moderna e neo-pagã considera o símbolo religioso. Mas vamos diferenciar PENTAGRAMA de PENTÁCULO: o primeiro se constitui apenas pela estrela de 5 pontas e o segundo, pela estrela rodeada por um círculo.
Há diferentes supostas origens e empregos do pentagrama por civilizações antigas. Entre os gregos, estava associada à deusa KORÉ – “donzela”, que seria o nome de Perséfone, filha de Demeter, antes de ser raptada por Hades e feita rainha do submundo. De acordo com essa tradição, o pentagrama estava associado à deusa através do seu fruto sagrado, a maçã, que, quando partido simetricamente ao meio (no sentido da linha do Equador), forma aquela figura de forma quase perfeita através do alinhamento das bordas e das sementes. Ainda na Grécia, é dito que a ordem dos discípulos de Pitágoras se identificava através do uso de pentagramas.
No Antigo Testamento, o pentagrama é referido como o primeiro e mais importante dos Sete Selos que guardariam os nomes secretos de Yahweh. Estava inscrito no anel de Salomão. Cada ponta do pentagrama era igualmente interpretada como se referindo a um dos cinco livros do Pentateuco. Entre os cristãos, a figura do pentagrama também estava ligada ao posicionamento das chagas de Cristo, bem como à estrela que conduzira os reis magos ao encontro do menino recém-nascido.
No Ciclo Arturiano, o sobrinho do rei Artur, sir Gawain, adota o pentagrama como figura emblemática em seu escudo, representando as cinco virtudes cavaleirescas: generosidade, cortesia, castidade, cavalaria e piedade.
Durante a Inquisição é que o pentagrama começa a ser efetivamente associado à figura da bruxa maléfica, através daquela figurinha conhecida de todos, o Baphomet: uma pentagrama invertido pode formar a figura da cabeça de um bode, que é um animal que aparece em várias tradições diferentes como ligado às forças maléfica e/ou como “bode expiatório” (daí a expressão) nos ritos de Ano Novo de cultos agrários.
Dentro das tradições neo-pagãs, há várias boas explicações para o uso do pentagrama:
ELEMENTOS: as 4 pontas laterais e inferiores do pentagrama representam cada um um dos elementos fundamentais e a ponta de cima é o éter, o equilíbrio de tudo.
MORRIGAN: nas tradições que incorporam diretamente a vertente céltica, o pentagrama é associado à Deusa Morgan/Morrigan, deusa do Amor, da Guerra e da Morte (essas associações estranhas são bastante comuns nos povos antigos). Mas eu não tenho nenhuma fonte segura acerca dessa associação direta entre Morrigan e o pentagrama, então vamos deixar isso no ar, só como possibilidade, ok?

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